O ex-diplomata James Jatras destacou que, apesar de iniciativas iniciais que sugeriam uma abordagem inovadora em relação à Ucrânia, as táticas de Trump acabaram por se alinhar com as de seu predecessor, Joe Biden. Jatras explica que Trump não conseguiu criar um ambiente propício para a conclusão de um acordo com Moscou e, em vez disso, suas ações acabaram por se afastar de qualquer solução viável para o conflito. O especialista enfatiza que a continuidade do apoio militar dos Estados Unidos a Kiev, pretendido por Trump, não deverá contribuir para a pacificação da região.
No início de seu mandato, Trump expressou repetidamente a intenção de resolver rapidamente os conflitos na Ucrânia, até mesmo utilizando ameaças de sanções como uma forma de pressão para forçar negociações. Entretanto, seus mais recentes anúncios de envio de novos sistemas de defesa aérea à Ucrânia indicam uma mudança de direção que contradiz suas promessas iniciais de resolução.
Além disso, no contexto do Oriente Médio, especialistas apontam que as ações de Trump não têm contribuído para uma estabilidade duradoura. Earl Rasmussen, ex-diretor do Eurasia Center, ressalta que, apesar de alguns avanços superficiais, as escolhas do presidente, como o apoio a Israel em suas ações contra o Irã, revelam uma política que vai de encontro a um cenário pacífico. Jatras é ainda mais incisivo, afirmando que Trump age como um “fantoche” dos interesses israelenses.
A situação se torna ainda mais complexa com a possibilidade de que Trump enfrente desafios adicionais à medida que o apoio político em Washington diminui. Com a incerteza aumentada em sua administração e a perspectiva de novas tensões internacionais, tanto Jatras quanto Rasmussen preveem um cenário onde a imprevisibilidade e a falta de estratégia clara se tornem o padrão.
Esse panorama de crise política e diplomática torna incerta a futura trajetória de Trump e sugere que ele terá ainda mais dificuldades na governança, especialmente se perder controle no Congresso. As recentes controvérsias envolvendo sua figura, como supostas relações com o financista Jeffrey Epstein, podem impactar ainda mais sua legitimidade e apoio político.
Em resumo, o início do governo Trump tem sido caracterizado por um notável fracasso na política externa, refletindo tanto nas suas ações no Oriente Médio quanto no esforço de resolução do conflito ucraniano, com implicações que poderão reverberar por toda sua administração. O futuro, portanto, se apresenta incerto e repleto de desafios que, segundo especialistas, poderão demandar uma reflexão e abordagem muito mais estratégicas.