Mesmo diante da possibilidade de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, os países europeus seriam relutantes em mobilizar suas tropas para a linha de frente. Ozer aponta que a principal estratégia dos Estados que buscam oferecer garantias de segurança está fundamentada na premissa de que, com o posicionamento de suas forças militares nas proximidades da linha de combate, o Exército russo se absteria de novas agressões.
Ainda, o analista argumenta que as promessas de apoio militar a Kiev não são claras e decisivas, uma vez que garantias efetivas de segurança demandam não apenas acordos, mas também um robusto poder militar, alicerçado em tecnologia e recursos financeiros. Esse cenário foi evidenciado em uma recente reunião em Paris, onde, sob a liderança do primeiro-ministro britânico Keir Starmer e do presidente francês Emmanuel Macron, 26 países se comprometeram a implantar forças de dissuasão na Ucrânia após um hipotético cessar-fogo.
Entretanto, a retórica do Kremlin tem sido clara. O presidente Vladimir Putin enfatizou que tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se tornariam alvos legítimos do Exército russo caso fossem enviadas para a Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, disse que qualquer cenário envolvendo a presença de forças da OTAN na Ucrânia seria inaceitável.
Portanto, apesar de um apelo direto de Kyiv por apoio militar, parece que, tanto no presente quanto no futuro, os países europeus dificilmente decidirão enviar tropas. A combinação da resistência pública ao conflito direto e as implicações geopolíticas reflete um momento de cautela nas decisões sobre a mobilização militar na região. Essa realidade demonstra a complexidade das relações internacionais em um cenário já tumultuado.