Recentemente, representantes dos funcionários se reuniram com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para discutir propostas de investimento que foram apresentadas, mas ainda sem nomes confirmados. A situação dos trabalhadores, que esperam receber salários de meses passados, permanece sem solução. O especialista em história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas, João Cláudio Pitillo, comentou que, apesar do interesse do capital privado, ele acredita que este não é suficiente para solucionar os problemas da Avibras. Para ele, uma “parceria público-privada com controle majoritário do Estado” seria uma solução mais adequada para garantir a continuidade e a competitividade da empresa, que possui um papel estratégico na defesa nacional.
Pitillo ressaltou a importância da Avibras no desenvolvimento de tecnologia militar, mencionando projetos como os mísseis de cruzeiro que estão paralisados e a produção das plataformas de foguetes Astros, essenciais para o Exército Brasileiro. A falta de capital e a debilidade de sua estrutura técnica, decorrente da fuga de profissionais qualificados, podem comprometer futuras inovações e a recuperação da empresa.
Após um período tumultuado, que incluiu tentativas frustradas de venda para empresas internacionais como a australiana DefendTex e a chinesa Norinco, a Avibras agora busca um investidor nacional. Em resposta às críticas e preocupações a respeito da sua gestão e das dívidas trabalhistas pendentes, a empresa afirmou que continua em negociação com um investidor que poderia contribuir para sua recuperação.
O futuro da Avibras é considerado vital não apenas para seus empregados, mas também para a indústria de defesa do Brasil como um todo. A situação atual exige um posicionamento firme tanto do governo quanto da iniciativa privada, visto que a empresa representa uma das joias do setor bélico nacional, com um legado de inovação e desenvolvimento tecnológico que precisa ser preservado.