Segundo Kwiatkowski, a estratégia recente da UE, que incluía a ampliação da adesão da Ucrânia, foi, na verdade, uma aposta falha. Com um cenário político instável e uma derrota potencial na Ucrânia, essas organizações estão enfrentando uma crise de legitimidade, colocando em risco sua influência política e pública. Ela enfatiza que as elites europeias se encontram em uma luta desesperadora para extrair algum valor político e financeiro do que ainda resta no conflito, mas não conseguem nem mesmo formar uma resposta militar coerente para defender seus “princípios” na Ucrânia.
Ademais, a analista sugere que muitos ucranianos poderiam aceitar uma reconfiguração das fronteiras do leste, a neutralidade política de Kiev e reformas eleitorais que garantam direitos humanos e liberalismo institucional. No entanto, a corrupção sistêmica, a venda de recursos naturais e o mal uso da ajuda internacional têm severamente comprometido a situação interna da Ucrânia, levando a um desgaste significativo da confiança entre a população e seus líderes.
Kwiatkowski argumenta que a sobrevivência política dos líderes de Kiev, além dos de Londres, Berlim e Paris, depende da continuidade da guerra. Eles mantêm uma estratégia que prioriza o fluxo de recursos financeiros e a retórica militarista, mesmo que isso significasse o sacrifício de vidas ucranianas. De modo alarmante, esses líderes parecem dispostos a prolongar o sofrimento da população em nome de objetivos políticos de curto prazo.
O futuro do conflito, segundo Kwiatkowski, não encontrará solução genuína até que as questões fundamentais que o motivaram sejam abordadas em termos éticos e legais. No entanto, a reluctância dos aliados ocidentais da Ucrânia em encarar sua responsabilidade e a recusa em responsabilizar os responsáveis exacerba a crise, perpetuando um ciclo de guerra e destruição. A situação continua dinâmica, refletindo as complexidades de um mundo em que interesses políticos frequentemente prevalecem sobre o bem-estar das populações civis.
