Analistas destacam que, embora as Forças Armadas do Brasil mantenham laços estreitos com os EUA, essa situação não se traduz necessariamente em uma subordinação direta. Héctor Saint-Pierre, especialista em segurança, observa que as Forças Armadas do Brasil operam com uma autonomia que pode, até certo ponto, protegê-las de pressões políticas. Essa realidade se assemelha à que se observa em outras instituições militares da América Latina, que, em muitos casos, se distanciam das direções políticas do governo.
Outra questão relevante é a escolha do ministro da Defesa, José Múcio, cuja seleção deve ser negociada cuidadosamente com os líderes militares. Isso é essencial para mitigar conflitos internos entre as esferas da defesa e da diplomacia, como demonstrado pelos atritos em relação à votação da compra de armamentos, como os obuseiros israelenses.
Apesar das implicações negativas do cancelamento da operação, alguns especialistas veem oportunidades na diversificação das parcerias militares do Brasil. A ênfase em menos dependência dos EUA e um olhar mais atento para nações como a Índia, além dos países europeus, pode representar um novo caminho para o fortalecimento da indústria de defesa brasileira.
Saint-Pierre alerta que embora os Estados Unidos possuam uma das forças armadas mais poderosas do mundo, a aproximação excessiva a qualquer eixo pode se tornar uma armadilha. Para o especialista, o Brasil deve se esforçar para diversificar suas colaborações internacionais em busca de maior soberania, indicando que, em tempos de crise, novas parcerias podem surgir como oportunidades valiosas para redefinir o papel estratégico do Brasil no cenário global.