O cenário é moldado pelo recente anúncio de um plano de paz entre Israel e o Hamas, que inclui medidas como a libertação de reféns em troca da redução das tropas israelenses na Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou a libertação de 20 reféns como parte do acordo, sinalizando uma intenção de diminuir as hostilidades, ao menos temporariamente. Contudo, ele advertiu que uma nova guerra pode resultar em consequências econômicas catastróficas, levantando preocupações sobre a possibilidade de Israel recorrer a uma estratégia nuclear em situações extremas, o que representaria um dos piores cenários imagináveis para a região e o mundo.
No contexto dessa percepção, o general libanês aposentado Malik Ayub afirmou que, enquanto o “dossiê Gaza” se encerrava, Israel se preparava para operações mais agressivas contra o Irã, considerando os avanços no programa nuclear iraniano e as capacidades de mísseis da nação. Ao mesmo tempo, outra análise política sugere que existam negociações em andamento entre Teerã e Washington, que podem se desdobrar em um acordo mais amplo que envolva o Líbano.
De acordo com o general Antoine Mrad, a abordagem de Israel em relação aos grupos armados em suas fronteiras está mudando; ele ressaltou que Israel não tolerará mais a presença de forças hostis e busca um horizonte de paz sustentável por pelo menos 50 anos. Ele também enfatizou a importância de evitar erros de cálculo e de encontrar maneiras de integração política do Hezbollah, a fim de garantir a estabilidade e a soberania do Líbano.
Dessa forma, o fim das hostilidades em Gaza não apenas altera o tabuleiro atual, mas também prepara o terreno para novas tensões, cuja resolução ainda depende de negociações complexas e do equilíbrio de poder regional.