Amorim destacou que a criação do G20 foi uma conquista significativa, permitindo a inclusão de países em desenvolvimento e representações do Sul Global nas decisões internacionais. “Foi um passo extraordinário para mudar a estrutura de poder”, afirmou ele, ressaltando, no entanto, que o grupo ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar verdadeiramente representativo e eficaz nas suas deliberações. Em suas palavras, um equilíbrio maior de representatividade entre as nações é necessário, mencionando que “se o G20 fosse um pouquinho menos europeu e mais africano, seria mais próximo da realidade”.
Ele também criticou a atual configuração do sistema internacional, afirmando que a atual carta das Nações Unidas, que começa com “Nós, os povos”, não reflete a realidade, e que muitas vozes ainda estão ausentes dos processos decisórios. Amorim enfatizou a relevância de fortalecer o G20 e os BRICS em prol do multilateralismo. “Trabalhar pela paz não é só defender um ideal pacífico; precisamos buscar um verdadeiro equilíbrio”, alertou ele, ressaltando que a paz global depende da harmonia nas relações internacionais.
O assessor fez um apelo aos jovens presentes, instando-os a persistir em suas lutas sociais e políticas, pois, segundo ele, “o que está acontecendo é uma revolução”. Ele encerrou sua fala com um convite à juventude para que contribuam na realização dos princípios contidos na Carta da ONU, reforçando a necessidade de mudança e ação.
Além de Amorim, o painel contou com a presença de figuras importantes como Yildiz Temürtürkan, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres, Ha Joon Chang, economista e autor renomado, e Antonio Lisboa, representante da Sindical Internacional. Este encontro se revelou como uma plataforma vital para discutir questões prementes de governança global e inclusão, refletindo a busca contínua por um mundo mais justo e equilibrado.