Durante o julgamento, uma das testemunhas a depor foi um amigo da vítima, que também foi alvo dos agressores naquela fatídica noite, mas conseguiu escapar. Comovido, ele relatou: “Só sobrevivi porque consegui correr”. O cenário descrito por ele foi alarmante, com cerca de 20 torcedores da equipe rival, o CRB, chegando armados com barras de ferro, pedaços de madeira e pedras, prontos para o confronto. Pedro, que também estava presente no local, não teve a mesma sorte. Ele foi gravemente ferido e, após ser socorrido ao Hospital Geral do Estado, não resistiu aos ferimentos e faleceu em 7 de maio, em consequência de um traumatismo craniano.
Embora dez pessoas tenham sido apontadas como envolvidas, até o momento, apenas Milton e Jonas estão sendo julgados. O Superior Tribunal de Justiça isentou sete dos acusados por falta de provas e um permanece foragido. A promotora Adilsa de Freitas, que representa o Ministério Público de Alagoas, argumentou que o crime é qualificado por motivação torpe, meio cruel e uma situação de surpresa que dificultou a defesa de Peu. Ela enfatizou que a vítima estava apenas se divertindo, momento que se transformou em um ataque brutal.
O caso, que ganhou ampla repercussão nas redes sociais, gerou uma onda de clamor por justiça. Amigos e familiares de Pedro destacaram que ele não estava envolvido com facções ou torcidas organizadas, e a violência que resultou em sua morte é um retrato preocupante do cenário social. Personalidades como o jogador Geo Silva, do CSA, também lamentaram a perda e denunciaram a crescente violência nos estádios.
Enquanto o tribunal avança com o interrogatório dos réus e as alegações finais da acusação e defesa, a expectativa é de que se desvelem novos desdobramentos ao longo do dia. O clamor por justiça é palpável, refletindo não apenas uma busca por responsabilidade, mas também um anseio coletivo por um ambiente mais seguro e menos violento no universo do futebol.