O número de clientes ativos também apresentou uma queda significativa. No período de janeiro a agosto, houve uma redução de 5,4 milhões de clientes ativos, passando de 48,3 milhões para 42,8 milhões. Comparando com o mesmo período do ano passado, a queda foi ainda mais expressiva, de 12,7%, o equivalente a 6,3 milhões de pessoas. Os administradores judiciais afirmam que esse indicador é importante para avaliar a fidelidade e retenção dos clientes da varejista.
Além dos problemas nas lojas físicas e na base de clientes, a Americanas também enfrentou dificuldades financeiras. O caixa total disponível em agosto foi de R$ 1,7 bilhão, uma redução significativa em relação aos R$ 4,6 bilhões de dezembro de 2022. Isso ocorreu após a empresa declarar “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, que posteriormente foram atualizadas para R$ 43 bilhões.
Em meio a esse cenário desafiador, a Americanas firmou um acordo administrativo em processo de supervisão com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse tipo de acordo, conhecido como “delação premiada”, é previsto em lei desde 2017, mas é a primeira vez que a CVM é procurada para celebrar e finalizar um recurso desse tipo. Até o momento, os nomes dos envolvidos estão em sigilo.
Em agosto, também foram homologadas no Judiciário duas colaborações com ex-executivos da varejista, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes. Esses acordos podem ser um indicativo de que a Americanas está disposta a colaborar com as investigações em andamento.
Diante desses acontecimentos, resta aguardar os desdobramentos desse processo de recuperação judicial da Americanas e as consequências desses acordos com a CVM. A varejista terá que encontrar soluções para fortalecer sua base de clientes, recuperar suas finanças e, ao mesmo tempo, enfrentar o desafio da concorrência acirrada no mercado varejista.