Americanas apresenta evidências de omissão da antiga diretoria sobre o “risco sacado” em novo processo movido pelo Bradesco.

A Americanas apresentou na última segunda-feira uma nova manifestação ao processo movido pelo Bradesco, no qual traz mais uma evidência de que a antiga diretoria omitia informações sobre o chamado “risco sacado”. De acordo com a varejista, foi anexada à petição uma planilha que havia sido levada pela antiga diretoria ao Comitê Financeiro em novembro de 2022. Segundo a Americanas, nessa planilha o grau de endividamento financeiro informado era de R$ 17,252 bilhões. No entanto, quando o escândalo veio à tona, a dívida total da empresa foi estimada em R$ 40 bilhões, com inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

A Americanas alega no processo que os membros do Conselho de Administração e de seus Comitês de Assessoramento exercem suas funções com base nas informações fornecidas pela diretoria. A varejista afirma também que, na época, não havia nenhum sinal de alerta de que as informações prestadas não eram verdadeiras.

Na semana passada, a Justiça de São Paulo suspendeu o processo de antecipação de provas solicitado pelo Bradesco. Segundo a Americanas, essa produção de provas é apenas uma investigação incompleta e parcial, onde o Bradesco teria a oportunidade de forjar factóides e divulgá-los publicamente, satisfazendo o público que busca um espetáculo circense.

A varejista ainda declara que, desde a apresentação de provas à CPI há mais de três meses, nenhum dos ex-diretores identificados como participantes da fraude de gestão apresentou qualquer contraprova para invalidar as acusações.

A Americanas também alega que seus órgãos superiores de governança e os analistas de mercado não tinham conhecimento de que a empresa estivesse enfrentando qualquer crise financeira.

Procurado para comentar, o Bradesco não se pronunciou até o momento.

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