América Latina deve unir forças com BRICS para enfrentar tarifas comerciais e hostilidades dos EUA, alerta especialista colombiano em análise geopolítica.

A crescente tensão entre a América Latina e os Estados Unidos tem levado especialistas a enfatizar a importância da região se aproximar do bloco BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, como estratégia de resistência a pressões econômicas e políticas de Washington. Segundo Carlos Sierra, cientista político colombiano, essa reaproximação é fundamental em face das hostilidades do presidente norte-americano, que recentemente impôs tarifas de 25% sobre produtos colombianos, em resposta à recusa da Colômbia em aceitar voos com imigrantes irregulares.

O comércio entre a América Latina e a China já superou a marca de US$ 480 bilhões em 2023, consolidando Brasil, Chile e Peru como os principais parceiros comerciais. Por outro lado, as relações comerciais com a Rússia também estão em crescimento, atingindo valores significativos no mesmo período. Isso evidencia um caminho viável para que a América Latina busque alternativas ao mercado norte-americano, promovendo uma diversidade comercial que poderia mitigar os impactos de possíveis crises econômicas impostas por medidas protecionistas dos EUA.

Sierra destaca a necessidade de criar uma agenda regional clara e solidária, e propõe que a reunião extraordinária da CELAC, convocada pelo presidente colombiano Gustavo Petro, seja um ponto de partida para discutir essas questões. Nesse sentido, ele defende uma abordagem digna e firme, que respeite a soberania de cada país latino-americano e que, ao mesmo tempo, busque uma identidade coletiva na negociação.

Além das questões comerciais, o combate ao narcotráfico também deve ser uma prioridade na pauta da CELAC. Observando a posição dos EUA em relação a problemas de narcotráfico no México, os países da região podem garantir uma abordagem mais unida e eficaz, construindo políticas públicas conjuntas que favoreçam todos os envolvidos.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, reiterou a importância de uma relação respeitosa entre as nações latino-americanas, afirmando que o México, sob potenciais ameaças tarifárias, representa um exemplo claro da necessidade de colaboração regional. Ela enfatizou que a crise criada por medidas como tarifas de importação de produtos e outras ações do governo dos EUA destaca a urgência de uma frente unificada entre os países da América Latina.

Por último, após as declarações contundentes de Gustavo Petro sobre Trump, a comunidade internacional voltou suas atenções para a Colômbia, destacando um renascimento do discurso latino-americano que valoriza a dignidade e os direitos de seus cidadãos em frente a pressões externas. Essa nova postura não só pode unir os países da região, mas também redefinir sua imagem frente ao resto do mundo, afirmando que a América Latina não se submeterá às imposições de potências estrangeiras.

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