América do Sul: Brasil Propõe Fortalecer Proteção Regional Diante da Aumento da Presença Militar dos EUA no Caribe e Pacífico.

O Asessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, fez uma declaração contundente sobre a necessidade de Brasil e nações vizinhas fortalecerem a proteção da América do Sul em face da crescente presença militar dos Estados Unidos nas regiões do Caribe e do Pacífico. Durante a COP30 em Belém, Amorim enfatizou que a defesa do continente não é uma questão distante, mas sim uma questão de proximidade e realidade para os países da região. “Nós vivemos aqui, o Brasil tem fronteiras com dez países”, ressaltou, sugerindo que a situação exige uma análise profunda e uma resposta coordenada das nações sul-americanas.

A crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela também preocupa Brasília, que está em busca de reforçar o diálogo diplomático na tentativa de garantir a segurança regional. Amorim sublinhou que qualquer desdobramento de conflito na América do Sul teria consequências diretas sobre o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento às operações militares americanas na área, refletindo uma postura de vigilância sobre o que esses movimentos podem significar para a geopolítica regional.

Em relação ao papel do Brasil como mediador em crises, Amorim foi claro ao afirmar que o foco do governo é a estabilidade na região, em vez de agradar potências externas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que Lula tem uma agenda internacional ativa e viajará à Colômbia para participar de uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia. O objetivo é reforçar a solidariedade regional em relação à Venezuela.

Nos últimos dias, os Estados Unidos intensificaram suas ações militares contra embarcações suspeitas na região, aumentando ainda mais as tensões com Caracas. Embora o governo americano defenda que essas operações fazem parte de uma estratégia de combate ao narcotráfico, as autoridades venezuelanas argumentam que isso é um pretexto para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro, que se refere aos atos como parte de uma “campanha de agressão” promovida pela CIA.

Essas ações militares têm suscitado preocupações sobre possíveis crimes internacionais, com especialistas da ONU expressando sua preocupação em um comunicado recente. A Organização das Nações Unidas chegou a classificar as operações como massacres ilegais, realizadas sem a devida análise judicial, o que acentua o debate sobre a legitimidade das ações americanas na região.

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