A crise culminou com a saída abrupta do ex-diretor financeiro, João de Arruda, levando a empresa a rever suas práticas e a investigar possíveis irregularidades. Esta reestruturação tem o objetivo de restaurar a confiança no mercado após a descoberta de ineficiências e a aparição de vícios na conduta organizacional. O novo diretor financeiro, Ricardo Garcia, já está no cargo, e sua responsabilidade se estende também às relações com investidores, um aspecto crucial, considerando a atual desconfiança do mercado.
Além do pedido de recuperação judicial no Brasil, a Ambipar Emergency Response, uma subsidiária nos Estados Unidos, também entrou com um pedido de falência sob o Capítulo 11, que oferece uma forma de reestruturação mais eficiente para empresas que enfrentam dificuldades semelhantes.
As dificuldades financeiras da Ambipar foram acentuadas por uma liminar concedida ao grupo que impediu o vencimento antecipado de suas dívidas, em meio a uma disputa de avaliação de segurança com o Deutsche Bank. A situação dos Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ligados à empresa gerou uma turbulência adicional, com investidores enfrentando perdas significativas, que chegaram a até 93% do valor investido.
A B3, bolsa de valores brasileira, anunciou que iria excluir as ações da Ambipar de diversos índices, o que reflete as preocupações sobre a saúde financeira e a governança da companhia. A decisão foi baseada em regulamentos internos destinados a preservar a integridade e representatividade dos índices.
Em resposta à crise, a Ambipar contratou a consultoria FTI Consulting para conduzir uma investigação a respeito das condutas da antiga gestão e buscar reparações pelos danos causados. O cenário atual é delicado, envolvendo não apenas a recuperação da empresa, mas também a confiança dos investidores, que se mostra cada vez mais abalada.
