Amazônia sofre perda de 52 milhões de hectares de vegetação nativa em quatro décadas, comprometendo 13% do bioma brasileiro, indica estudo recente.

A Amazônia, um dos mais ricos biomas do mundo, sofreu uma perda alarmante de 52 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas quatro décadas, conforme evidenciado por um estudo aprofundado do MapBiomas. Este número impressionante representa aproximadamente 13% da área total do bioma e destaca a gravidade da degradação ambiental que a região tem enfrentado. Um dos principais fatores contribuintes para essa devastação é a cobertura florestal, que teve quase 50 milhões de hectares afetados, refletindo as consequências devastadoras da ação humana.

Além da redução da vegetação florestal, os dados revelam uma retração significativa de 2,6 milhões de hectares em áreas de superfície coberta por água, florestas alagadas, apicuns e manguezais. Juntas, essas mudanças criam um quadro preocupante sobre o estado ambiental da Amazônia, com 83% das áreas modificadas sendo documentadas nos últimos 40 anos. Essa alteração drástica foi impulsionada, em grande parte, pela expansão da pecuária e da agricultura, que têm avançado em detrimento da vegetação nativa.

Os números relacionados à pecuária são particularmente alarmantes: em 1980, o território ocupado por essa atividade era de 12,3 milhões de hectares, enquanto a previsão para 2024 é de impressionantes 56 milhões de hectares. O crescimento da agricultura também é notável, com um aumento de mais de 110 vezes, passando de apenas alguns milhares de hectares para 352 mil hectares. A mineração, embora representando uma área menor, também experimentou uma expansão significativa, subindo de 26 mil hectares para 444 mil.

Atualmente, o cultivo de soja é um dos componentes-chave da ocupação agrícola na Amazônia, com sua área aumentando para 5,9 milhões de hectares em 2024. Entretanto, os dados indicam que a soja deixou de ser um dos principais fatores de desmatamento graças à Moratória da Soja, um acordo de 2006 que proíbe a compra de grãos oriundos de áreas desmatadas. Essa mudança na dinâmica de exploração agrícola resultou em uma diminuição de 68% no desmatamento direto para novas plantações desde 2008, uma notícia alentadora em meio ao cenário de perdas.

A situação na Amazônia serve como um chamado à ação, destacando a necessidade urgente de proteger este bioma vital e suas funções ecológicas. Salvaguardar a Amazônia não é apenas uma responsabilidade local, mas uma questão de impacto global, dada sua importância para o clima mundial e a biodiversidade.

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