Recentemente, os resultados dessa pesquisa foram publicados na renomada revista científica “Nature Plants”. A coordenadora do projeto, professora Beatriz Marimon, da Universidade do Mato Grosso, destacou que, apesar das preocupações com as mudanças climáticas e a fragmentação ambiental, as árvores em florestas que permanecem intactas têm demonstrado uma notável capacidade de crescimento. “Mesmo as maiores árvores conseguiram prosperar diante dessas ameaças”, afirmou ela.
Os dados coletados evidenciam que tanto as árvores de grande porte quanto as menores se beneficiam do aumento dos níveis de CO2. A autora principal do artigo, Adriane Esquivel-Muelbert, da Universidade de Cambridge, comentou que os achados são especialmente relevantes em um contexto em que ocorrerá a COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, no Brasil no final deste ano. Ela enfatizou a importância das florestas tropicais em mitigar os efeitos das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.
As árvores desempenham um papel vital na regulação do clima, absorvendo CO2 através do processo de fotossíntese, convertendo o gás em matéria orgânica e liberando oxigênio. A elevação das concentrações de CO2 na atmosfera está ligada principalmente à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento, que intensificam o efeito estufa e contribuem para o aquecimento global. Embora já existam indícios de que as mudanças climáticas podem comprometer a capacidade das árvores de absorver carbono, o estudo revela uma resiliente adaptabilidade, onde o CO2 parece impulsionar o crescimento das árvores, pelo menos por enquanto.
Além disso, a pesquisa indicou que as árvores maiores estão em vantagem na competição por recursos, um aspecto que será explorado em investigações futuras. O coautor Oliver Phillips, da Universidade de Leeds, enfatizou a necessidade de entender como essas árvores, em meio a crescentes ameaças climáticas, conseguem sobreviver e proliferar suas sementes. Ele alertou para o risco que o desmatamento representa, afirmando que a saúde das grandes árvores depende da integridade do ecossistema amazônico, ressaltando que a conexão entre as partes da floresta é essencial para a sua preservação.
Dessa forma, o futuro das florestas da Amazônia está entrelaçado não apenas com a luta contra as mudanças climáticas, mas também com a proteção do seu ecossistema em sua totalidade.