Amamentação Reduz Risco de Câncer de Mama em 4,3% ao Ano, Indica Estudo

O aleitamento materno desempenha um papel crucial na redução do risco de diversas doenças, tanto para a mãe quanto para o bebê. De acordo com um estudo divulgado na Revista Câncer Medicine, o risco de desenvolvimento de câncer de mama pode ser diminuído em 4,3% a cada ano de amamentação. Esse efeito protetor foi observado em mulheres de diferentes nacionalidades, níveis de renda, idades, períodos de entrada na menopausa, grupos étnicos e idades do primeiro parto.

Maíra Domingues, coordenadora de Assistência do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, declarou que os benefícios da amamentação são cumulativos; a cada novo nascimento, o risco de câncer de mama reduz 7%. Além do câncer de mama, a amamentação diminui o risco de câncer de ovário, diabetes e doenças cardiovasculares para as mães.

Para as crianças, os benefícios são igualmente impressionantes. Bebês amamentados têm uma maior proteção contra doenças diarreicas e infecções respiratórias, como pneumonia. Também apresentam melhor desenvolvimento orofacial, da linguagem e um risco reduzido de doenças futuras, como obesidade e diabetes.

O mês de agosto é marcado pela campanha conhecida como Agosto Dourado, que visa promover a amamentação no Brasil. Dados indicam que pouco mais da metade das crianças brasileiras são amamentadas no primeiro ano de vida, e 45% dos bebês menores de seis meses recebem amamentação exclusiva.

A pediatra Cecília Gama comenta que a amamentação pode ser desafiadora nas primeiras semanas de vida do bebê, mas ressalta a importância de persistir e buscar orientação adequada. Ela enfatiza que o leite materno é vital nos primeiros seis meses e continua a ser um recurso nutritivo importante mesmo após a introdução de alimentos sólidos.

O Brasil adota as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), incentivando a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida e continuada até os dois anos ou mais. Esse esforço é parte de uma estratégia global para melhorar os índices de saúde pública, garantindo que crianças e mães beneficiem-se dos efeitos positivos associados à amamentação.

A campanha Agosto Dourado, além de promover a conscientização, busca fornecer suporte às mães, ajudando-as a superar desafios e persistir nas práticas de aleitamento. A iniciativa reforça que o aleitamento materno é uma intervenção simples e eficaz na promoção da saúde a longo prazo, tanto para mães quanto para seus filhos.