Segundo relato de uma das alunas trans envolvidas, Sthela Rocha de Oliveira, o episódio de discriminação aconteceu no dia 8 de novembro, durante os jogos internos da escola. Sthela e suas amigas tentaram usar o banheiro feminino, mas foram impedidas pelo porteiro, que afirmou estar cumprindo ordens da direção que exigia que aguardassem a saída das outras alunas. Ao questionarem a diretoria, foram confrontadas com a indagação sobre quem seria uma “mulher de verdade” e informadas de que a decisão partira do conselho escolar.
As alunas foram informadas de que, segundo a interpretação da direção, somente aquelas que tivessem passado pela cirurgia de redesignação de gênero poderiam utilizar o banheiro feminino. A situação gerou revolta entre os estudantes, que se mobilizaram para protestar contra a discriminação e a falta de respeito às identidades de gênero.
O deputado Cabo Bebeto também se pronunciou sobre o caso durante uma sessão na Assembleia Legislativa, fazendo declarações polêmicas ao sugerir a substituição das placas “homens” e “mulheres” por “pênis” e “vagina”. A questão levantada pela administração da escola gerou um debate acalorado sobre a inclusão e o respeito às diversidades de gênero no ambiente educacional.
O protesto dos alunos da Escola Estadual Dom Otávio Barbosa Aguiar evidencia a importância da luta contra a transfobia e a necessidade de promover ambientes escolares mais inclusivos e respeitosos com a diversidade de gênero. Além disso, reforça a importância do diálogo e da conscientização para combater as práticas discriminatórias e garantir os direitos de todos os estudantes, independentemente de sua identidade de gênero.