A revolta entre os colaboradores do Museu das Favelas se manifesta especialmente pelo entendimento de que um espaço dedicado à cultura periférica não deveria ser associado a uma figura política cujas ações impactaram negativamente essas comunidades. Sob a gestão do governo paulista, que também alugou o Memorial da América Latina para o mesmo filme, a decisão de disponibilizar o museu foi criticada por muitos que veem uma desconexão entre a missão do espaço e o conteúdo da obra cinematográfica.
Além de ser um local testemunha de um momento significativo da história política recente, o museu anteriormente acolheu uma exposição dos Racionais MC’s, um dos grupos mais emblemáticos do hip hop nacional, que frequentemente se opõe às políticas do ex-presidente. Essa escolha de locação levanta questões sobre a utilização do patrimônio cultural e as diretrizes que regem sua gestão.
A Secretaria da Cultura informou que a autorização para uso do espaço não interferiu nas exposições ou acervos do museu e ressaltou que a locação segue um protocolo que busca garantir transparência e respeito às normas de preservação cultural. No entanto, as tensões revelam conflitos entre as práticas administrativas e as percepções do público e dos funcionários, que se sentem muitas vezes alienados das decisões que afetam diretamente a identidade e a missão dos espaços que representam.
Com previsão de lançamento para 2026, “Dark Horse” é dirigido por Cyrus Nowrasteh e busca atingir um público internacional ao contar a história do ex-presidente e suas experiências em um contexto político conturbado. Atualmente, Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses, condenado por tentativa de golpe de Estado, o que adiciona uma camada complexa à discussão sobre sua representação na mídia e nas artes.







