Almirante dos EUA na América Latina renuncia em meio a tensões no Caribe e operações controversas contra a Venezuela. Desdobramentos preocupam legisladores.

Na última quinta-feira, o Secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou a renúncia do almirante Alvin Holsey, que lidera as operações militares norte-americanas na América Latina. A decisão, que ocorrerá em 12 de dezembro deste ano, surpreendeu muitos, especialmente em um momento em que as tensões entre os EUA e a Venezuela estão em alta.

Fontes indicam que, nos dias que antecederam o anúncio, houve desavenças entre Holsey e Hegseth, principalmente sobre as operações no Caribe. O senador Jack Reed, importante figura democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado, expressou preocupação com a saída repentina do almirante. Reed enfatizou que essa renúncia poderia refletir uma falta de atenção às lições aprendidas em campanhas militares anteriores, algo que ele considera crítico para o futuro das operações nos países da América Latina.

Holsey, que é um dos poucos oficiais negros de quatro estrelas a comandar um significativo departamento militar nos Estados Unidos, não forneceu uma explicação detalhada sobre sua decisão de se afastar do cargo. Ele mencionou, em uma postagem na rede social X, que via sua aposentadoria como um fechamento de um capítulo importante em sua vida após 37 anos de serviço militar. Contudo, a falta de uma justificativa específica sobre a renúncia gerou especulações sobre suas relações profissionais e a direção política das operações militares na região.

Recentemente, os Estados Unidos intensificaram suas ações na costa da Venezuela, incluindo ataques a supostos barcos de narcotráfico, que resultaram na morte de pelo menos 27 indivíduos. Isso gerou um forte debate sobre a legalidade dessas operações e levantou preocupações entre legisladores sobre se estavam em conformidade com as leis de guerra. O governo Trump defendeu essas ações, alegando que elas são justificadas dentro de uma “guerra” contra grupos narcoterroristas.

Além disso, Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, o que aumentou as especulações de que os EUA estão buscando a derrubada do presidente Nicolás Maduro. O contexto dessa dinâmica geopolítica ressalta a complexidade das relações entre os EUA e a América Latina, bem como os desafios internos enfrentados pelos líderes militares em tempos de crescente tensão e incerteza política.

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