A ação golpista incluía a elaboração de um decreto que permitiria a intervenção das Forças Armadas para manter Bolsonaro no poder, mesmo após o término de seu mandato. Baptista Junior destacou que a postura do almirante era divergente dos demais comandantes das Forças, que se opuseram a qualquer tentativa de subverter o Estado de Direito.
Durante uma reunião em que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres participou, o brigadeiro do ar ressaltou a importância de respeitar a legalidade e a democracia, argumentando contra o uso de medidas de exceção como a GLO e o Estado de Defesa para manter Bolsonaro no cargo. Ele deixou claro que tais institutos jurídicos não teriam respaldo para uma eventual prorrogação do mandato do então presidente.
Baptista Junior relatou à PF que, em uma dessas reuniões, alertou Bolsonaro sobre a inviabilidade de suas intenções em continuar no poder além do prazo previsto pela Constituição. O ex-comandante do Exército, Freire Gomes, também teria tentado dissuadir Bolsonaro de seguir com seus planos antidemocráticos.
Diante de tais revelações, levanta-se a preocupação com a conduta anti-institucional de Bolsonaro e de seus aliados, que estariam dispostos a desrespeitar as normas democráticas para se manter no poder. A atuação do ex-comandante da Aeronáutica e dos demais comandantes das Forças Armadas em defesa da legalidade e da democracia é essencial para manter a estabilidade institucional do país. O caso coloca em destaque a importância da manutenção do Estado de Direito e da separação dos poderes para garantir a democracia no Brasil.