Allpha Pavimentações recebeu verba do governo federal através de emenda de relator na operação Overclean, totalizando R$67 milhões. Investigação mira esquema de fraudes.



A empresa Alpha Pavimentações, envolvida na operação Overclean, foi beneficiada com todos os pagamentos provenientes do governo federal por meio de verbas de emendas de relator. De acordo com informações do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), a empresa recebeu um total de R$ 67 milhões, de um montante de cerca de R$ 130 milhões em contratos assinados entre os anos de 2021 e 2024.

Os pagamentos iniciaram-se em junho de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, e prosseguiram até julho de 2024, já na gestão de Lula. Os recursos utilizados nestes pagamentos são provenientes do orçamento secreto do governo federal, uma rubrica orçamentária que foi alvo de investigações do Supremo Tribunal Federal devido à falta de transparência na destinação dos valores.

A Polícia Federal, ao solicitar as prisões na primeira fase da operação Overclean, evidenciou o uso de emendas para financiar os contratos com as empresas ligadas ao grupo liderado pelos irmãos Fabio e Alex Parente, e por José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo. Segundo a PF, este esquema fraudulento causou um grande prejuízo aos cofres públicos, através do direcionamento irregular de recursos de emendas para pessoas ligadas à prefeitura e empresas previamente selecionadas, resultando em obras superfaturadas.

A licitação que deu origem às investigações da operação Overclean foi autorizada pelo atual diretor do DNOCS, Fernando Marcondes Leão, indicado pelo Centrão. Mesmo com parecer contrário da Procuradoria Federal Especializada, o órgão decidiu manter a licitação e firmar três contratos com a Alpha Pavimentações, todos financiados com recursos de emendas de relator.

Os contratos resultaram em um prejuízo de R$ 8 milhões aos cofres públicos, de acordo com uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União. Este caso reforça a necessidade de transparência e controle nos processos de contratação e destinação de recursos públicos, a fim de evitar desvios e fraudes.

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