Em suas falas, o ex-presidente incentivou a população a cobrar os parlamentares que apoiaram o texto da reforma enviada pelo governo Lula e aprovada após um grande acordo na Câmara e no Senado. Ele chegou a afirmar em um comício em Londrina que “o PT comprou votos dentro do Parlamento para aprovar a reforma tributária, e a conta será paga pelos cidadãos”.
Parlamentares aliados de Bolsonaro que votaram a favor do texto não ficaram satisfeitos com a postura do presidente. Eles argumentam que seguiram a orientação partidária e do próprio presidente da Câmara, Arthur Lira. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovada na Câmara com 371 votos favoráveis e no Senado com 54 votos, incluindo muitos políticos de direita e centro-direita que se consideram aliados de Bolsonaro.
Diversos parlamentares do PL, partido do ex-presidente, e integrantes das bancadas evangélica, do agronegócio e da segurança pública, historicamente aliadas a Bolsonaro, estão na lista dos que apoiaram a reforma tributária. Na visão dos parlamentares bolsonaristas, ao criticar aqueles que votaram a favor da aprovação da reforma, o ex-mandatário está “jogando seus próprios aliados aos leões”.
Essa situação evidencia as divergências e tensões dentro do campo político aliado a Bolsonaro, trazendo à tona as complexidades das relações entre o ex-presidente e seu apoio no Congresso Nacional. A reação dos aliados demonstra a sensibilidade das alianças políticas e a importância do apoio parlamentar para a manutenção da governabilidade no atual cenário político brasileiro.