As declarações de Tagliaferro surgiram em meio ao clima tenso do julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus acusados de envolver-se em uma suposta tentativa de golpe. O ex-assessor denunciou que o relatório que embasou uma operação de busca e apreensão, realizada em 23 de agosto de 2022, teria sido elaborado apenas após a ação policial, sugerindo uma suposta fraude. Em resposta, Moraes destacou, em nota oficial, que as informações apresentadas por Tagliaferro são infundadas e enfatizou que todas as investigações foram conduzidas de maneira formal e transparente.
Além disso, Moraes reafirmou que as ações relativas aos inquéritos sobre fake news e milícias digitais estavam devidamente documentadas e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanhou todos os procedimentos. O ministro apresentou uma cronologia detalhada, indicando que o relatório mencionado foi elaborado um dia antes da operação, em 22 de agosto, o que refuta as alegações de Tagliaferro.
A oposição entre o ex-assessor e o ministro não se limitou a esse embate de declarações. Tagliaferro enfrenta também sérias acusações, tendo sido denunciado pela PGR por violação de sigilo funcional e obstrução de justiça, devido a um suposto vazamento de mensagens trocadas entre servidores. Em decorrência disso, um pedido de extradição foi enviado ao Ministério da Justiça, uma vez que Tagliaferro se encontra foragido na Itália.
Essa troca de acusações traz à tona não apenas questões sobre a atuação de Moraes, mas também levanta um debate mais amplo sobre as pressões políticas que cercam as investigações atuais no Brasil, refletindo o clima de tensão entre os diferentes setores da sociedade. A repercussão disso poderá influenciar o andamento dos processos em curso e as relações entre as instituições. Assim, o desenrolar deste caso promete ser acompanhado de perto, tanto pela classe política quanto pela sociedade civil.
