Alesp Aprova Orçamento de R$ 382,3 Bilhões para 2026 com Controvérsias sobre Meio Ambiente e Recursos para a Secretaria de Mulheres

Na última terça-feira, 16 de outubro, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou o orçamento estadual para o exercício de 2026. Com um expressivo placar de 58 votos a 19, os deputados aprovaram a proposta que destina ao governo de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, um montante de R$ 382,3 bilhões. Esse valor representa um aumento de 2,6% em relação aos R$ 372,5 bilhões do orçamento atual, sinalizando uma continuidade na ampliação dos recursos destinados ao estado.

Durante a análise do projeto, o deputado Alex Madureira, relator da proposta, teve um papel ativo ao acolher 15 mil emendas de um total de 31 mil sugeridas pelos parlamentares. Dentre as emendas, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi o que mais apresentou propostas, com um total de 17.034; desse total, 9.799 foram consideradas no texto final.

Madureira destacava que, mesmo sem realizar um remanejamento significativo, que somou R$ 1,1 bilhão, houve um esforço para atender às demandas das diferentes bancadas. Entre os principais destaques do orçamento, o relator mencionou a alocação de recursos extras para a Secretaria da Saúde, com ênfase em fortalecer a atenção básica nos municípios e garantir verbas ao Hospital do Servidor Público. Além disso, houve uma destinação significativa de recursos para as Defesas Civis, essenciais em situações de emergência provocadas por desastres naturais.

Entretanto, a oposição criticou severamente a ênfase do governo em outras áreas, afirmando que o meio ambiente foi prejudicado no processo orçamentário. O deputado Paulo Fiorilo, do PT, expressou sua preocupação ao apontar que houve uma redução de 60% no orçamento destinado ao combate a enchentes para o próximo ano, caindo de R$ 314 milhões em 2025 para apenas R$ 120 milhões em 2026. Embora a proposta de Madureira tenha incluído uma suplementação de R$ 20 milhões, Fiorilo argumentou que isso não chega nem a 50% do que estava previsto para o ano atual.

Além disso, a oposição se manifestou contra os cortes significativos no orçamento da Secretaria de Mulheres, que, segundo a proposta inicial do governo, receberia apenas R$ 16,5 milhões em 2026 — uma queda de 54% em relação aos R$ 36,2 milhões que foram aprovados para 2025. Após a revisão, o relator conseguiu aumentar esse valor para R$ 26 milhões, mas isso ainda foi considerado insuficiente em um contexto alarmante de violência contra as mulheres. Com isso, Fiorilo indagou: “Como combater uma epidemia de violência contra as mulheres com um orçamento tão pífio?”

Assim, a aprovação do orçamento estadual para 2026 sugere não apenas um ajuste nas contas públicas, mas também reflete as divergências políticas que permeiam a Assembleia Legislativa, destacando a complexidade das demandas sociais que ainda carecem de atenção e investimento.

Sair da versão mobile