O presidente Erdogan, que tem estado no comando da Turquia desde 2003, admitiu que as eleições marcaram uma mudança para o seu partido, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que tem dominado a política turca por mais de duas décadas. Com a crescente inflação e a crise econômica no país, a confiança do povo no partido governante foi abalada, levando a vitórias importantes para a oposição.
O prefeito reeleito de Istambul, Ekrem Imamoglu, é visto como um forte nome da oposição para disputar a presidência em 2028, após vencer por uma margem significativa de votos. Em Ancara, o prefeito Mansur Yavas, também do CHP, declarou vitória após uma apuração que o colocou na liderança com 58% dos votos.
Os resultados das eleições também indicaram uma mudança em outros redutos eleitorais importantes, como Izmir e Antalya, onde partidários do CHP invadiram as ruas em celebração. Mesmo bastiões tradicionais do AKP parecem ter mudado de posição, mostrando uma necessidade real de equilíbrio contra o governo, pelo menos em nível local.
No entanto, a província de maioria curda de Diyarbakir, no sudeste do país, registrou confrontos durante as eleições, resultando na morte de uma pessoa e 12 feridos. Além disso, o partido pró-curdo Dem denunciou irregularidades nas eleições, especialmente em regiões curdas, levantando preocupações sobre a transparência do processo eleitoral.
Com a oposição não unificada nessas eleições, o partido pró-curdo Dem se apresentou sozinho, o que beneficiou o AKP. Ainda assim, a oposição obteve vitórias significativas que representam um desafio para o governo de Erdogan. A mudança política nas principais cidades da Turquia sinaliza um descontentamento crescente e a necessidade de mudanças no cenário político do país.