Alerta da RSF: pressões políticas sobre jornalismo em ascensão global, com destaque para Argentina e Equador. Chile e Brasil registram avanços.

O relatório anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgado nesta sexta-feira apontou um aumento global das pressões políticas sobre o jornalismo em diversos países do mundo. De acordo com a ONG, a liberdade de imprensa está sendo cada vez mais afetada em diferentes regiões, com destaque para a deterioração da situação na Argentina e Equador.

No contexto latino-americano, o Chile e o Brasil foram os países que apresentaram avanços significativos, subindo 31 e 10 posições no ranking, respectivamente. Por outro lado, a Argentina retrocedeu 26 posições e o Equador perdeu 30 lugares, devido às crises políticas e de segurança que afetam essas nações.

A Noruega foi apontada como o país com a melhor situação para os meios de comunicação, enquanto a Eritreia foi classificada como a pior nação para a liberdade de imprensa, superando a Coreia do Norte. Na América Latina, o Equador está na 110ª posição e a Argentina na 66ª.

O relatório destaca que a situação equatoriana foi impactada por sucessivas crises políticas e de segurança nos últimos anos, incluindo o assassinato de um candidato à Presidência durante a campanha eleitoral e uma grave crise no sistema prisional. Já na Argentina, o presidente Javier Milei foi criticado por fechar a agência pública de notícias Télam em meio a uma grave crise econômica, o que gerou preocupações com relação ao pluralismo no país.

No continente americano, o Peru também foi destacado por uma queda de 48 posições em dois anos, devido a uma grave crise política. Países como Cuba, Nicarágua e Venezuela continuam entre os que oferecem menos proteção ao jornalismo, com censura e decisões arbitrárias que limitam a liberdade de imprensa.

Em contrapartida, o Brasil e o Chile mostraram avanços importantes na liberdade de imprensa, subindo no ranking da RSF. Segundo a diretora editorial da organização, Anne Bocandé, fatores políticos foram determinantes para esses avanços, destacando a importância da vontade política na garantia da liberdade de imprensa.

Além disso, o relatório aponta para a falta de proteção aos jornalistas em zonas de conflito, como a Faixa de Gaza, onde repórteres palestinos são frequentemente alvos de violência durante guerras. A RSF denuncia a ausência de vontade política internacional para proteger os jornalistas em situações de conflito e destaca a necessidade de maior respeito à autonomia dos meios de comunicação em um ano eleitoral global.

Sair da versão mobile