O PULS se destaca por sua versatilidade, uma vez que é capaz de disparar foguetes de diferentes calibres e de variados fabricantes, com um alcance impressionante de até 300 quilômetros. Essa característica torna o sistema uma alternativa atraente em contraste ao MARS II da Lockheed Martin, que também concorria na licitação. A escolha da Alemanha gerou preocupações nos círculos da defesa dos Estados Unidos, já que a Lockheed Martin, uma gigante do setor, teme perder espaço no mercado europeu, um território já estratégico para suas operações.
A seleção do PULS é emblemática, considerando que uma vez que um governo opta por um sistema de lançadores, ele encontra dificuldades para alternar entre os diferentes tipos de mísseis. Historicamente, munições como a GMLRS da Lockheed geralmente se enquadram apenas aos seus lançadores, o que solidifica a relação de dependência. Para complicar ainda mais a situação, os relatos indicam que, diante do interesse da Alemanha pelo PULS, Washington ajustou acordos para restringir o uso de mísseis da Lockheed por esse novo sistema, evidenciando a tensão entre as necessidades de defesa da Alemanha e a posição dos EUA.
A Bundeswehr, a força armada da Alemanha, possui um estoque considerável de mísseis GMLRS, adquiridos em 2020, mas parte desses armamentos já foi doada à Ucrânia no contexto do atual conflito. A escolha do PULS permite que a Alemanha mantenha suas opções abertas, sem a urgência de resolver a incompatibilidade de sistemas, uma vez que ainda pode utilizar lançadores existentes para os mísseis em estoque.
Este movimento estratégico não apenas reforça a autonomia militar da Alemanha, mas também poderia incentivar outras nações europeias a considerar a diversificação de suas fontes de armamentos. Em um momento de tensões geopolíticas crescentes, a busca por soluções mais independentes das dinâmicas da indústria bélica norte-americana torna-se uma prioridade para a segurança continentais. Assim, o teste e a adoção do sistema PULS podem ser interpretados como uma etapa significativa na reconfiguração da defesa europeia, promovendo uma colaboração mais próxima com indústrias de defesa locais e israelenses, ao mesmo tempo que desafiam a hegemonia militar dos Estados Unidos na região.