Analistas da área de defesa expressaram sérias preocupações sobre essa potencial aquisição. Os custos elevados são um dos principais fatores citados; cada Leopard 2A6 teria um preço em torno de 15 milhões de euros, cerca de R$ 92,7 milhões, enquanto os Marder custariam cerca de 10 milhões de euros. Esses valores não incluem, é claro, os gastos adicionais necessários com manutenção e suporte técnico, o que torna a proposta ainda mais onerosa para os cofres públicos.
Especialistas afirmam que esses tanques estão obsoletos e refletem o desejo da Alemanha de se desfazer de equipamentos que ainda possuem alguma funcionalidade, mas que não são mais competitivos no mercado bélico moderno. Parte dos Leopard 2A6 e Marder 1A5, segundo uma análise, pode ser canibalizada para reparar os tanques mais operacionais do lote, o que levanta preocupações sobre a confiabilidade e a eficácia das máquinas.
O passado do Brasil em relação à compra de blindados importados não é promissor. Experiências anteriores com veículos usados provenientes de outros países resultaram em problemas relacionados à falta de peças de reposição e à baixa operacionalidade. Tais experiências deveriam servir de alerta ao país, pois a aquisição de tanques obsoletos poderia levar a uma dependência ainda maior de manutenção externa e recursos que não estão disponíveis no Brasil.
Além disso, questões logísticas estão no cerne do debate. A estrutura viária do país atualmente não é adequada para suportar o deslocamento de veículos do porte dos Leopard 2A6, que pesam mais de 60 toneladas. Isso exigiria significativas adaptações nas estradas e até mesmo a compra de novos veículos para transporte dos tanques, aumentando ainda mais os custos da operação.
Os especialistas consultados sugerem que o Brasil deve reconsiderar a possibilidade de investir na produção de sua própria frota de veículos blindados, priorizando a autonomia e a modernização da sua indústria de defesa, em vez de depender de importações que podem não atender às suas necessidades específicas e que trazem riscos financeiros e operacionais associados.
É fundamental que o Brasil formule uma estratégia de defesa mais robusta e autônoma, que leve em conta suas vulnerabilidades e a necessidade de um orçamento claro para as forças armadas. O foco deve ser no desenvolvimento de tecnologia nacional, capaz de atender às especificidades do país e não apenas em modelos que se enquadram em uma super sofisticação tecnológica, típica de armamentos ocidentais.









