As novas diretrizes da OTAN serão discutidas em breve durante uma reunião de ministros da Defesa da aliança, que ocorrerá em Bruxelas. A decisão oficial deverá ser tomada na cúpula da OTAN programada para os dias 24 e 25 de junho em Haia. A pressão para que a Alemanha forneça um maior número de tropas tem crescido, com relatos sugerindo que a aliança poderia solicitar não apenas sete brigadas adicionais, mas, na verdade, uma necessidade total de 80 mil soldados ao longo dos próximos quinze anos.
Recentemente, o chefe da união militar alemã, Andre Wustner, enfatizou a urgência da situação ao declarar que a Bundeswehr pode necessitar de até 60 mil soldados adicionais, além do necessário para cumprir os compromissos atuais. Atualmente, o Exército alemão tem um efetivo de 203 mil homens e mulheres, mas esse número tem diminuído de forma substancial nos últimos anos, com estimativas indicando que a força poderia cair para cerca de 182 mil soldados.
A questão da atratividade do serviço militar se tornou um ponto central nas discussões. Após a abolição do serviço militar obrigatório em 2011, diversas vozes políticas têm clamado por sua restauração, mas até o momento, o chanceler Friedrich Merz garantiu que o alistamento permanece voluntário. Um estudo recente revelou que até 30% dos novos recrutas abandonam suas posições nos primeiros meses de serviço, citando falta de perspectivas de carreira e condições de trabalho desestimulantes.
Além disso, o ministro da Defesa, Boris Pistorius, ressaltou a falta de infraestrutura adequada para acomodar uma força maior de recrutas, destacando que seria necessário primeiro coletar dados sobre a população apta para o alistamento. Assim, a Alemanha se vê em uma encruzilhada: como aumentar sua capacidade militar e, ao mesmo tempo, garantir que o serviço militar é uma opção desejável para os cidadãos? A resposta a essa questão poderá moldar o futuro das forças armadas no país e a posição da Alemanha no contexto da segurança europeia.