Em Berlim, a focalização do protesto aconteceu no icônico Portão de Brandemburgo, onde mais de 7.000 manifestantes se uniram, conforme afirmaram os organizadores, embora a polícia tenha estimado o número em torno de 3.000. Com gritos como “Todos juntos contra o fascismo!”, a multidão empunhava bandeiras de arco-íris e cartazes com mensagens de repúdio à ideologia do partido.
Recentemente, a AfD conseguiu 20% dos votos nas eleições legislativas, destacando seu crescimento político. Essa projeção alarmou a sociedade civil e aprofundou as discussões sobre a necessidade de ações contra o crescimento de ideologias consideradas ameaçadoras à democracia. A avaliação do BfV sugere que a retórica do partido “desvaloriza grupos inteiros da população na Alemanha e viola sua dignidade humana”, algo que, segundo a instituição, é incompatível com a ordem democrática.
Contudo, a questão da proibição da AfD é complexa e traz à tona um dilema para o atual governo liderado por Friedrich Merz. Embora o partido tenha ficado em segundo lugar nas recentes eleições, a ala conservadora hesita em apoiar uma proibição formal, pois isso poderia levar ao fortalecimento da narrativa de vitimização promovida pela AfD.
A tensão política intensa é refletida não apenas na Alemanha, mas também em relações internacionais, especialmente com os Estados Unidos, onde figuras políticas, como o ex-presidente Donald Trump, expressaram apoio à AfD. A situação, cujo cerne envolve um debate crucial sobre a proteção da democracia e a luta contra o extremismo, continua a ser monitorada de perto, enquanto a sociedade civil se mobiliza em defesa de uma Alemanha mais inclusiva e igualitária.