A resposta russa foi imediata e crítica, com autoridades de Moscou expressando preocupações sobre os riscos envolvidos. A Rússia classificou a decisão como “muito perigosa” e insinuou que o uso de armamentos estrangeiros poderia afetar negativamente as negociações para um eventual cessar-fogo, tornando o cenário ainda mais complexo.
Embora o governo alemão não tenha especificado quais sistemas de armamento estão sendo enviados, fontes da mídia europeia indicam que a Ucrânia pode receber mísseis do modelo Taurus KEPD 350. Essa mudança de política é significativa, pois, até então, a Alemanha havia se recusado a atender diversos pedidos de Kiev para o fornecimento desses mísseis sob o governo anterior de Olaf Scholz. A nova autorização representa uma mudança drástica na estratégia alemã, refletindo o novo governo sob Merz, que assumiu recentemente o cargo.
Paralelamente, a França já havia fornecido mísseis SCALP, que poderiam ser utilizados apenas em território ucraniano. Desde 2024, o governo francês indicava uma possível flexibilização dessa política, o que agora se concretiza com a nova autorização.
Essa ampliação na utilização de mísseis de longo alcance pela Ucrânia representa um aumento significativo em sua capacidade ofensiva. Merz explicou que essa nova estratégia permite que a Ucrânia ataque posições militares na Rússia, algo que não era permitido anteriormente. Com isso, o cenário bélico se torna mais abrangente, e as forças ucranianas ganham uma ferramenta poderosa para retaliar em resposta às incursões russas.
Além disso, a introdução dos mísseis alemães Taurus KEPD 350 — que possuem um alcance de até 500 km — pode potencialmente permitir ataques a alvos em profundidade no território russo. Esta situação reflete um aumento contínuo na dinâmica do conflito e ilustra a determinação da Ucrânia em recuperar território e se defender contra as agressões russas.
A autorização de outros aliados para o uso de armamentos contra alvos russos permanece uma incógnita. No entanto, o fortalecimento dos laços militares entre a Ucrânia e seus parceiros ocidentais parece cada vez mais evidente e substancial, prometendo impactar a evolução do conflito nos meses e anos vindouros.