O governo alemão formalizou a aquisição do Sistema de Lançamento Preciso e Universal (PULS) da Elbit, através de um contrato no valor de US$ 57 milhões (cerca de R$ 328,5 milhões) para cinco sistemas iniciais. A preferência pela tecnologia PULS se deu pela sua capacidade de disparar foguetes de vários calibres, fabricados por diferentes empresas, com alcances de até 300 quilômetros.
Essa escolha em favor do PULS em detrimento do sistema MARS II da Lockheed Martin gerou preocupações na gigante de defesa dos EUA, que agora teme perder participação de mercado. Especialistas comparam a dinâmica do mercado de artilharia à do setor de impressoras e cartuchos de tinta, onde a escolha inicial de um fornecedor pode prender um governo a uma determinada linha de produtos.
A Alemanha e outros países europeus, mesmo possuindo autorização para usar munições não norte-americanas em lançadores da Lockheed, foram impedidos de utilizar os mísseis Lockheed no sistema PULS após a atualização do acordo por parte dos Estados Unidos.
Apesar da pressão da Lockheed Martin em favor de sua oferta GMARS, a Alemanha parece não ter urgência em resolver a incompatibilidade PULS-Lockheed, uma vez que ainda possui lançadores MARS para utilizar o estoque de munições GMLRS. A expectativa é que futuros pedidos de mísseis levem os EUA a flexibilizar sua posição em relação aos lançadores obrigatórios.
A consideração de depender de empresas europeias para a construção de mísseis, eliminando a imprevisibilidade da produção ditada pelo Exército dos EUA, também é levada em conta nesse contexto de diversificação de fornecedores de armas na Europa.
