A porta-voz do governo germânico, Christiane Hoffmann, reagiu às declarações de Musk, alertando que suas palavras configuram uma tentativa de influenciar o processo eleitoral do país. Durante uma coletiva de imprensa, Hoffmann declarou que, apesar de Musk ter o direito à liberdade de expressão, o resultado das eleições deve ser exclusivamente decidido pelos eleitores alemães. Ela frisou que a questão eleitoral é um assunto que deve ser tratado dentro do contexto nacional, enfatizando que a influência externa não deve redimensionar os anseios democráticos do povo germânico.
Essa não é a primeira vez que Musk se manifesta publicamente em apoio ao AfD. Em uma postagem anterior, ele já havia afirmado que “apenas o AfD pode salvar a Alemanha”, provocando reações extremas dentro do panorama político alemão. A publicação do artigo na Welt não apenas acendeu debates acalorados entre leitores e jornalistas, mas também levou à demissão da chefe da seção de opinião do jornal, Eva Marie Kogel, uma mudança significativa em um dos principais veículos de comunicação do país.
Friedrich Merz, líder da oposição conservadora da União Democrata Cristã (CDU), se pronunciou a respeito e classificou as palavras de Musk como uma interferência sem precedentes nas eleições alemãs. A situação é ainda mais crítica considerando o atual cenário político da Alemanha. O chanceler Olaf Scholz sofreu um voto de desconfiança no Bundestag, o que pode levar a novas eleições programadas para fevereiro de 2025.
Enquanto isso, o AfD continua a crescer em popularidade entre os eleitores, enfrentando vigilância das autoridades por suspeita de extremismo, o que adiciona uma camada complexa à já agitada cena política do país. Esse imbróglio envolvendo Musk e a política alemã certamente gerará discussões acaloradas sobre os limites da influência estrangeira em processos democráticos internos.
