O programa foi executado pela empresa Saúde Link, que firmou parceria com Alcolumbre, conforme mencionado nas comunicações da própria empresa. A iniciativa teve início em 2021 e era justificada como uma forma de complementar os serviços de saúde pública no estado do Amapá. Para a execução do programa em 2023, foram alocados aproximadamente R$ 15 milhões, recursos oriundos de emendas parlamentares destinadas por Alcolumbre à Secretaria de Saúde do Amapá.
As irregularidades na condução do programa culminaram em um surto de endoftalmite, uma infecção ocular que não só comprometeu a saúde de um número significativo de pacientes, mas também levantou questões éticas e jurídicas sobre a responsabilidade dos envolvidos, especialmente do senador, que teve sua atuação diretamente ligada à captação de recursos e à escolha do operador do programa.
Adicionalmente, Davi Alcolumbre enfrenta outra investigação no TRE-AP, que examina o uso de um jatinho particular de propriedade da Saúde Link. Testemunhas revelaram que esse avião era utilizado pelo senador para deslocamentos entre Brasília e sua fazenda no Amapá, especialmente durante as eleições gerais de 2022. A investigação apura se esses voos foram utilizados em benefício de sua campanha eleitoral.
A combinação dos problemas de saúde pública decorrentes do programa e essas alegações de uso inadequado de recursos e transporte cria um cenário complicado para o senador, cujo futuro político pode estar em jogo, uma vez que há pedidos em curso para a cassação de seu mandato. A sociedade e a mídia acompanham atentamente o desenrolar desses casos, que têm implicações profundas para a ética na política brasileira e a confiança dos cidadãos em seus representantes.