Alcolumbre, que também assume a presidência do Congresso Nacional, descreveu a ocupação das mesas diretoras como um ato arbitrário, incapaz de sustentar o regular funcionamento do Legislativo. Ele enfatizou que essa situação contraria os princípios democráticos e que não pode ser tolerada. O presidente do Senado anunciou que convocará uma reunião com os líderes das bancadas para buscar uma solução que permita a retomada normal das atividades legislativas e a representação legítima de todas as correntes políticas na Câmara e no Senado.
Enquanto isso, Motta reiterou sua autoridade na definição da pauta de votações, prometendo zelar pelos interesses da população e garantir que a agenda legislativa não seja comprometida por ações de corpo estranho a ordem democrática. “Estou acompanhando a situação desde as primeiras horas do dia”, declarou, referindo-se à agitação provocada por bolsonaristas.
Motta decidiu cancelar a sessão agendada para a tarde, convocando uma nova reunião de líderes para o dia seguinte. Durante a crise, ele se ausentou da Câmara para acompanhar o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em visitas a hospitais na Paraíba, o que gerou críticas em relação à sua posição em meio ao tumulto.
O clima se agravou ainda mais com declarações do primeiro vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), que propôs a votação de um projeto de anistia a Jair Bolsonaro, caso Motta não estivesse presente. Essa declaração gerou polêmica e levantou questões sobre o respeito às normas internas e acordos prévios entre os parlamentares.
A proposta de anistia é vista por muitos como uma tentativa de proteger o ex-presidente e seus aliados de eventuais condenações pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que poderia agravar ainda mais a divisão entre parlamentares e ampliar a crise já existente nas relações institucionais no Brasil. A expectativa agora é de que as reuniões de líderes possam gerar uma solução que evite a escalada do conflito e retome a normalidade nas atividades legislativas.