Durante o encontro, Alcolumbre expressou seu apoio ao senador Rodrigo Pacheco, seu aliado de longa data, mas recebeu de Lula a indicação de que Messias seria o escolhido para o cargo. A partir desse ponto, é esperado que Alcolumbre não atue de forma a dificultar o processo de aprovação de Messias no Senado, mas também não se envolva como um defensor ativo de sua candidatura.
Senadores da base governista, bem como da oposição, têm comentado que Pacheco não enfrentaria grandes barreiras para alcançar os 41 votos necessários para a sua aprovação, especialmente após a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Alcolumbre, que já foi presidente do Senado, busca evitar desgastes com senadores centrados e de direita que consideram Pacheco uma alternativa mais “ponderada”. Além disso, ele provavelmente evitará uma postura crítica em relação à atividade parlamentar, dada sua experiência como ex-presidente.
Em meio a esse cenário, o potencial de Messias para ser aprovado pode ser impactado pela sua comparação ao atual ministro Flávio Dino. Parlamentares expressaram preocupação sobre as dificuldades que Messias pode enfrentar, considerando que Dino teve uma aprovação com margem estreita em sua própria nomeação no Congresso, acompanhada de um retrocesso em promessas de cumprimento de critérios de transparência.
Alcolumbre, que tem vínculos diretos com o governo, também já demonstrou apoio em diversas iniciativas do Palácio do Planalto, como o adiamento de uma sessão do Congresso que poderia resultar em derrotas para o governo. Por outro lado, ele comemorou a autorização do Ibama para pesquisas na Foz do Amazonas, destacando seu papel na política.
Após um café da manhã com Lula, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, comentou que o presidente está convicto em sua decisão de indicar Messias. Wagner, reconhecido como um articulador político na casa legislativa, mencionou que Lula pretende conversar com Pacheco após seu retorno de uma viagem, indicando que haverá um esforço contínuo para assegurar a indicação do advogado-geral.
Em suma, a dinâmica entre Alcolumbre e o Palácio do Planalto revela a complexidade da política brasileira, onde as alianças e interesses individuais podem influenciar significativamente a escolha de figuras fundamentais para o judiciário. As interações futuras entre os protagonistas desta trama política serão cruciais para determinar o desfecho dessa indicação no STF.