Alckmin Envolve Big Techs e EUA em Discussões sobre Regulação e Comércio
Na última terça-feira, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, se reuniu em Washington com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e representantes importantes das gigantes de tecnologia, conhecidas como big techs. O foco das discussões foi a necessidade de uma regulação mais estratégica das redes sociais e a criação de um ambiente jurídico mais seguro para promover inovações e oportunidades econômicas.
Durante a coletiva de imprensa, Alckmin enfatizou a importância de um diálogo contínuo entre os setores público e privado, destacando a criação de uma mesa de trabalho para abordar questões regulatórias. Ele afirmou: “Queremos avançar em todas as convergências; temos muito mais convergências que divergências”. A iniciativa é vista como um passo vital para a adaptação do Brasil em um cenário comercial em rápida mudança, especialmente considerando a iminente imposição de tarifas sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos.
Essas tarifas, anunciadas pelo presidente Donald Trump, preveem a elevação de 50% sobre diversos produtos a partir do dia 1º de agosto. O impacto potencial dessas medidas já levantou preocupações em setores cruciais da economia brasileira, como o de suco de laranja, café e carne bovina. Alckmin tem se esforçado nas últimas semanas para reunir representantes de várias indústrias que podem ser negativamente afetadas, buscando elaborar um plano de contingência que será compartilhado apenas se as tarifas se concretizarem.
Lutnick, em entrevista à rede CNBC, indicou que isenções podem ser aplicadas a produtos agrícolas que não são cultivados nos Estados Unidos, incluindo itens como cacau e manga, além do café, do qual o Brasil é o principal fornecedor, respondendo por quase 34% das importações desse produto pelos EUA.
Além disso, Alckmin fez menção ao programa “Acredita Exportação”, promovido pelo governo brasileiro, que visa facilitar o acesso de micro e pequenas empresas ao mercado internacional. O objetivo é proporcionar suporte a esses empreendimentos, que são fundamentais para a economia nacional, especialmente em tempos de volatilidade nas relações comerciais.
A tensão nas relações Brasil-EUA tomou um novo rumo desde que Trump citou o processo judicial movido contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos motivos para a taxação. O presidente americano expressou que, apesar dos últimos 16 anos da balança comercial ser favorável aos EUA, considera o relacionamento como “muito injusto”.
Com essas interações, o governo brasileiro busca não apenas mitigar os impactos das tarifas, mas também fortalecer a relação com as gigantes da tecnologia, tornando-se mais competitivo em um mundo onde a digitalização e a inovação são fundamentais para o crescimento econômico. A situação reflete um momento decisivo para o Brasil, que se vê frente a desafios que, se não geridos adequadamente, podem repercutir negativamente em sua economia.