Alckmin defende separação de poderes e afirma que operação da PF contra Bolsonaro é de competência do Judiciário em meio a negociações comerciais com os EUA.

Na manhã de ontem, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, fez declarações importantes sobre a operação da Polícia Federal que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro. O episódio, ocorrido na sede do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria em Brasília, abordou a separação dos poderes e suas implicações nas relações internacionais, especialmente no que diz respeito às tarifas que os Estados Unidos pretendem aplicar aos produtos brasileiros.

Alckmin enfatizou que a operação da PF é uma questão que deve ser tratada no âmbito do Judiciário, afirmando que não cabe ao Executivo se envolver nesse tipo de situação. Em resposta a questionamentos sobre as potenciais repercussões da operação nas negociações tarifárias com os EUA, o vice-presidente se mostrou otimista. Ele garantiu que a separação dos poderes, um princípio fundamental do Estado de direito, não deve interferir nas discussões econômicas entre os dois países.

O vice-presidente também atualizou a situação quanto à proposta de aumento de tarifas para produtos brasileiros, que, segundo ele, ainda não foi formalizada pelo governo americano. Ele explicou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) só poderia intervir caso houvesse um ato concreto por parte dos EUA, o que até o momento não ocorreu. Alckmin detalhou o processo que a OMC poderia seguir, mencionando as etapas de consultas e possíveis painéis de julgamento, mas reiterou que isso só seria discutido após um fato concreto.

Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha anunciado a taxação que começaria em 1º de agosto, o vice-presidente disse que o Brasil vai buscar, por meio da negociação e do diálogo, reverter essa decisão antes do fim de julho. Uma carta de negociação já foi enviada ao governo americano, mas, segundo Alckmin, ainda não houve respostas.

Durante a semana, o vice-presidente se concentrou em ouvir as demandas de setores produtivos e do agronegócio, reiterando suas críticas ao aumento das tarifas, que, segundo ele, são inadequadas e desconsideram a natureza das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, onde o Brasil mantém uma superávit na balança comercial com os americanos há mais de 15 anos.

Sair da versão mobile