Alckmin defende diálogo rápido e iniciativas sustentáveis em meio a tensões entre Brasil e EUA
Na manhã deste sábado, 23 de agosto, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, fez declarações cruciais sobre a atual situação diplomática entre Brasil e Estados Unidos, destacando a necessidade urgente de diálogo no contexto das recentes tarifas impostas pelo governo norte-americano. O “tarifaço”, que estabelece uma alta de 50% sobre produtos brasileiros, foi uma das prioridades abordadas por Alckmin, que enfatizou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a comunicação.
“Se depender de Lula, o diálogo é para ontem”, afirmou Alckmin, expressando otimismo em relação às negociações com Washington. O vice-presidente também ressaltou a importância de diversificar os mercados brasileiros, mencionando planos de visita ao México, onde discutirá biocombustíveis, agroindústria e saúde. Para ele, o protecionismo dos EUA é insustentável a longo prazo e pode prejudicar não apenas o Brasil, mas também os interesses americanos.
As tensões entre os países foram exacerbadas pelas acusações dos EUA de que o Brasil estaria perseguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que, segundo analistas, poderia ser uma retaliação ao crescente fortalecimento do Brasil em blocos como o BRICS. Alckmin argumentou que as tarifas podem na verdade encarecer produtos americanos e comprometer cadeias produtivas já integradas, mencionando que o Brasil é um dos maiores compradores de carvão siderúrgico dos EUA.
Em resposta à escalada dessa crise, o governo brasileiro adotou medidas de emergência, como a ampliação do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para exportadores e a negociação de acordos multilateral. Segundo Alckmin, já foram garantidos benefícios tarifários para 45% das exportações do Brasil e há esforços contínuos para expandir essa lista.
Além das questões comerciais, o vice-presidente também defendeu o programa “Carro Sustentável”, que promove a venda de veículos com baixa emissão de poluentes—uma iniciativa que não só contribui para a descarbonização, mas também fortalece a indústria automotiva. Com a demanda por esses automóveis crescendo, Alckmin destacou a eficácia do programa, que já mostra resultados significativos nas vendas.
Por fim, Alckmin se posicionou em relação à concorrência chinesa, incentivando a instalação de fábricas de montadoras internacionais no Brasil, ressaltando que a prioridade deve ser a geração de emprego e a inovação tecnológica. O futuro das relações comerciais do Brasil, segundo Alckmin, dependerá de um equilíbrio cuidadoso entre diálogo assertivo e políticas que promovam o desenvolvimento sustentável.