Os especialistas enfatizam que, se as emissões de CO2 continuarem no patamar atual, será impossível cumprir esse compromisso até o final da década. A situação se torna ainda mais crítica quando se considera que os limites de emissão definidos até o momento são insuficientes para garantir o cumprimento das metas acordadas. Os cientistas estimam que é necessário reduzir as emissões em pelo menos 5% ao ano a partir de agora, mas os compromissos globais só resultariam em uma redução de 5% ao longo de uma década—um quadro preocupante.
Essas informações foram formalmente apresentadas em um evento em que também se discutiu a justiça climática e o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre as comunidades vulneráveis. O restante do orçamento de carbono tenderá a ser consumido principalmente por países com altas taxas de emissões, enquanto nações com economias mais frágeis e comunidades em risco continuarão a sofrer as consequências.
Como parte das discussões e ações em curso, a Cúpula dos Povos, reunindo mais de mil organizações, entregou uma carta de reivindicações à presidência da COP30. O documento pede uma “transição justa, soberana e popular”, abordando a necessidade de enfrentar “falsas soluções do mercado” no combate à crise climática. Entre os presentes na entrega estavam figuras importantes como André Correa do Lago, presidente da COP30, e as ministras Marina Silva e Guilherme Boulos, destacando a relevância do evento para a agenda ambiental global.
À medida que o tempo se esgota para tomar ações eficazes contra o aquecimento global, a pressão para que os líderes mundiais adotem políticas verdadeiramente transformadoras se intensifica. O foco deve estar não apenas em cumprir metas, mas em promover uma mudança estrutural que beneficie todas as camadas da sociedade e garanta um futuro sustentável.









