Alain Delon, ícone do cinema francês, morre aos 88 anos cercado pela família após AVC movimento turbulento nos últimos anos.



O renomado ator francês Alain Delon faleceu neste domingo, aos 88 anos. A notícia foi divulgada por um comunicado assinado por seus filhos. Delon, um dos maiores galãs da história do cinema, consolidou seu nome na indústria cinematográfica com uma carreira repleta de clássicos e inúmeras premiações. Ele sofria com os efeitos debilitantes de um AVC que teve em 2019, nos últimos anos de sua vida.

Em suas palavras emocionantes ao receber a Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes de 2019, Delon refletiu sobre sua longa trajetória. “Esta noite, mais do que o fim de uma carreira, acho que é o fim de uma vida. (…) Eu durei 62 anos (de carreira). Mas agora eu sei que o que é difícil é partir”, disse o ator, semanas antes de sofrer o AVC que o deixaria debilitado.

Nascido como Alain Fabien Maurice Marcel Delon em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, Hauts-de-Seine, na França, Delon teve uma juventude marcada por uma série de incertezas e desafios. Trabalhou como aprendiz de açougueiro e abandonou os estudos aos 15 anos. Aos 17, se alistou na marinha francesa e participou da Guerra da Indochina. Dispensado em 1955, mudou-se para Paris, onde subsistiu com trabalhos temporários até ser descoberto pela indústria cinematográfica.

O encontro fortuito com Jean-Claude Brialy, um ator de destaque na época, foi um ponto de virada. Brialy convidou Delon para o Festival de Cannes, onde sua beleza e carisma não passaram despercebidos. Foi então que o lendário produtor David O. Selznick lhe fez uma oferta para tentar uma carreira em Hollywood, desde que aprendesse inglês. No entanto, Delon optou por seguir carreira na França, iniciando um legado que se estenderia por décadas.

Entre seus papéis mais marcantes estão personagens em “O Sol por Testemunha” (1960), “Rocco e Seus Irmãos” (1960), “O Leopardo” (1963) e “O Samurai” (1967). Em “A Piscina” (1969), ele contracenou novamente com Romy Schneider, sua ex-namorada, em um filme que marcou profundamente ambos os atores.

Durante sua carreira, Delon também se envolveu em vários projetos cinematográficos com Jean-Pierre Melville, destacando-se em “O Círculo Vermelho” (1970). Outros papéis notáveis incluem “Os Sicilianos” (1969), “Cidadão Klein” (1976), “Três Homens para Matar” (1980), “Quartos Separados” (1984) e o mais recente “Asterix nos Jogos Olímpicos” (2008).

Na esfera pessoal, as tensões familiares vieram à tona nos últimos anos. Em janeiro, Anthony, seu filho mais velho, acusou sua meia-irmã Anouchka de abuso de vulnerabilidade em relação ao pai, alegando que ela manipulava a família e ocultava informações sobre o estado de saúde do ator. Anouchka nega as acusações e anunciou que processaria Anthony por difamação, ameaças e assédio.

Em abril, Alain Delon foi colocado sob “proteção judicial reforçada”, com um tutor designado para administrar suas finanças e cuidados. A medida foi tomada para assegurar um acompanhamento médico adequado, numa fase em que a saúde do ator exigia atenção constante.

Alain Delon deixa um legado imensurável no cinema, marcado por performances memoráveis e uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas. Seu falecimento é uma perda significativa para a sétima arte e para todos que acompanharam sua trajetória.

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