A Uneal, em colaboração com o Governo de Alagoas, criou o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), projetado especificamente para capacitar professores das próprias comunidades indígenas. O curso é realizado no Campus III, situado em Palmeira dos Índios, e tem como objetivo preparar os estudantes para atuarem como educadores em suas respectivas regiões.
Esta colação de grau inclui representantes de 12 das 13 etnias indígenas do estado, sendo elas os Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Karapotó Plaki-ô, Karapotó Terra Nova, Aconã, Kariri-Xocó, Jiripankó, Katokinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká. Os formandos são oriundos de quatro regiões distintas: Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata, e completaram licenciaturas em áreas como Geografia, História, Letras, Pedagogia e Matemática.
A cerimônia promete ser rica em cultura e tradição, com cantos, rituais e adornos tradicionais, evidenciando a identidade única dos povos indígenas. Para João Paulo de Jesus dos Santos, da etnia Jiripankó, formado em Letras, a experiência transcendeu a simples obtenção de um diploma. “A educação pode transformar nossa realidade, e a palavra é uma semente que já começa a florescer”, afirmou ele.
O apoio do Governo do Estado, por meio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), foi fundamental para o sucesso do programa. Além disso, as políticas públicas estaduais e o Programa Primeiro Emprego Indígena garantiram a permanência dos estudantes.
Conforme destacou o reitor Odilon Máximo de Morais, o projeto representa um passo crucial na reparação de dívidas históricas com os povos originários. O vice-reitor Anderson Barros destacou a conquista coletiva, enfatizando o papel da universidade pública em alcançar aqueles que historicamente estiveram à margem.
A formatura desses 212 indígenas marca não apenas o final de um ciclo acadêmico, mas também um avanço significativo no direito à educação superior, elevando o respeito pela diversidade cultural em nossa sociedade.