O Latec, Laboratório de Audição e Tecnologia da Uncisal, terá um papel central neste projeto de pesquisa, que se desenvolverá ao longo de cinco anos. Com o financiamento, será possível adquirir novos equipamentos, estruturar projetos robustos e garantir o bem-estar dos participantes, facilitando transporte e alimentação durante os estudos. O foco estará no mapeamento e compreensão das sequelas da síndrome congênita causada pelo vírus, com vistas a intervenções futuras.
Pedro de Lemos Menezes, coordenador do projeto, destacou que os estudos anteriores identificaram potenciais atrasos no desenvolvimento auditivo e cognitivo em crianças expostas ao vírus, mesmo sem a presença de microcefalia. A nova investigação buscará acompanhar essas áreas de desenvolvimento em três frentes distintas: auditiva, de linguagem e cognitiva. “Queremos compreender se esses problemas persistem ao longo do tempo e, se detectados, fornecer tratamento adequado”, explicou Menezes.
Este projeto alcança um marco significativo para a Uncisal, ao mesmo tempo que alivia a carga financeira de instituições nacionais, com financiamento totalmente estrangeiro. As análises resultantes deverão contribuir não apenas para Alagoas, mas terão impacto global ao se transformarem em publicações científicas importantes e teses acadêmicas.
A jornada que começou em 2016 com o Latec já rendeu frutos em termos de artigos e colaborações internacionais. O envolvimento com a Universidade Vanderbilt reforça a capacidade alagoana de atração e retenção de parcerias científicas de ponta, um indicador promissor para o futuro da pesquisa e intervenção em saúde no Estado. A trajetória atual reflete não apenas um aumento no prestígio da Uncisal, mas também um avanço significativo na luta contra o impacto do vírus da zika.
