Desde 1950 sob a guarda do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), a coleção vinha sendo protegida em âmbito estadual desde 2013. Com o tombamento nacional, amplia-se a proteção ao acervo, que agora contará com políticas específicas de preservação e conservação promovidas pelo Iphan. Este novo status não apenas reafirma a importância cultural da coleção, mas também amplia o seu potencial educativo e de estudo, proporcionando uma base para aprofundar o entendimento sobre o patrimônio cultural afro-brasileiro.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas, Melina Freitas, celebrou o tombamento como uma conquista histórica, destacando a importância de preservar a história e a cultura das comunidades de matriz africana no estado. Ela reforçou a necessidade de valorizar e proteger tais patrimônios para que possam ser apreciados pelas futuras gerações, perpetuando as histórias de resistência e fé representadas pelos objetos da coleção.
O reconhecimento da Coleção Perseverança incluiu um processo de ampla participação social. Um Grupo de Trabalho, que reuniu lideranças do Povo de Santo, técnicos do Iphan-AL e outras entidades culturais, trabalhou para atribuir significados culturais aos objetos e estabelecer diretrizes para sua conservação. Este processo deu origem à Exposição Fotográfica da Coleção Perseverança, que percorreu terreiros e espaços institucionais, solidificando o acervo como um símbolo de resistência.
O tombamento da Coleção Perseverança é mais um marco no reconhecimento das manifestações culturais de matriz africana no Brasil, juntando-se a outros patrimônios como a Serra da Barriga e os registros da Roda de Capoeira e do Ofício dos Mestres de Capoeira. Este fortalecimento da cultura afro-brasileira é fundamental para manter viva a rica tapeçaria cultural do país, promovendo a diversidade e o respeito por todas as heranças culturais.
