Durante o seminário, a médica psiquiatra Rose Viviane Bezerra, formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), destacou a importância de falar sobre o suicídio, um tema complexo que está intimamente ligado a diversos fatores. Além dos aspectos biológicos, estima-se que 90% dos casos estão relacionados a transtornos mentais.
O assunto do suicídio tem ganhado cada vez mais relevância no contexto social. Segundo a médica, as mortes por suicídio superam o número de mortes causadas pelo HIV, guerras e acidentes no mundo. Rose ressaltou que é fundamental abordar o tema como uma questão de saúde pública, especialmente nas Américas, onde o número de casos tem aumentado.
De acordo com dados apresentados pela médica, estima-se que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, e a cada 3 segundos há uma tentativa. Além disso, uma morte por suicídio impacta diretamente a vida de pelo menos outras seis pessoas. Rose alertou para a necessidade de identificar os fatores de risco, como desesperança, isolamento, problemas familiares e automutilação, e ressaltou que falar sobre o tema é um fator protetor contra a tentativa de suicídio.
A médica destacou a importância de manter uma escuta ativa e respeitosa, sem fazer juízo de valor. Ela orientou que é fundamental perguntar como a pessoa se sente e sobre seus planos de vida. Em caso de dúvida, é necessário perguntar. Também foram mencionados os recursos disponíveis para buscar ajuda, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), o CAPS, as unidades básicas de saúde e os serviços de emergência.
Além do Setembro Amarelo, o seminário também abordou o tema do Setembro Verde, sobre a doação de órgãos. A assistente social Daniela Ramos ressaltou que um único doador pode fazer a diferença para nove pessoas, com a possibilidade de doar rins, pâncreas, coração, pulmões, córneas e fígado. Em Alagoas, atualmente há cinco pessoas na fila de espera por um transplante de fígado, 36 por rim e 446 por córneas. A Central de Transplantes em Alagoas, que é ligada à Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordena e regulamenta todas as atividades relacionadas à doação e aos transplantes no estado.
Para ser um doador, Daniela orientou a importância de esclarecer as dúvidas e compartilhar a decisão com familiares e amigos. Existem dois tipos de doadores: os vivos, que podem ser parentes ou não parentes, e os não-vivos, em casos de morte encefálica. A Central de Transplantes funciona 24 horas e mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3376-8186 e 98833-4144.
O seminário “Setembro e suas campanhas relevantes para a sociedade” foi uma iniciativa importante para trazer conhecimento e conscientização sobre os temas do Setembro Amarelo e do Setembro Verde, buscando informar e mobilizar os servidores estaduais para essas causas tão relevantes para a sociedade.