A hanseníase, uma infecção que atinge principalmente a pele e os nervos, apresenta transmissão por vias aéreas superiores, especialmente entre pessoas que convivem com casos avançados da doença que ainda não recebem tratamento adequado. No entanto, essa transmissão é eficazmente interrompida apenas 72 horas após a administração da primeira dose do tratamento, cujo período total varia de seis a doze meses.
Ana Patrícia Barros, enfermeira técnica do Programa Estadual de Combate à Hanseníase, destacou durante a ação que existem dois tipos principais de incapacidades físicas relacionadas à enfermidade. As do tipo II, que são as mais severas, incluem condições como mão em garra, pé caído e reabsorção óssea, esta última comumente confundida com amputação. A enfermeira ressaltou que a demora no diagnóstico é um fator preponderante para o aparecimento dessas incapacidades mais graves.
Rayssa Teixeira, também enfermeira no Programa Estadual de Vigilância e Eliminação da Hanseníase, acrescentou que, nos casos suspeitos de incapacidade do tipo II, é imprescindível a confirmação do diagnóstico por um segundo especialista dentro de um prazo de 60 dias. Essa dupla revisão é vital, pois as incapacidades podem se sobrepor a lesões de diferentes origens, como acidentes de trabalho.
Além das deformidades físicas, os sintomas da hanseníase incluem manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, sensação de formigamento nas extremidades, perda de sensibilidade e, em alguns casos, nódulos dolorosos.
Nos últimos dez anos, o estado de Alagoas registrou 3.429 casos de hanseníase, dos quais 305 foram diagnosticados com incapacidades do tipo II. Essa ação envolveu também a participação de estudantes de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Universidade Maurício de Nassau (UniNassau), fortalecendo o compromisso educacional com a saúde pública e a capacitação profissional frente a esta enfermidade.