ALAGOAS – Sesau Alerta: Comunicação Familiar é Crucial para Aumentar Doação de Órgãos em Alagoas

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de Alagoas está intensificando esforços para sensibilizar a população sobre a importância de comunicar aos familiares o desejo de ser doador de órgãos. O diálogo aberto sobre este tema pode ser decisivo, já que a autorização para a doação, no caso de morte encefálica, cabe exclusivamente à família do potencial doador. Destacar e respeitar essa vontade em vida é essencial para contribuir com a redução do tempo de espera por transplantes de órgãos.

A lista de espera por transplantes em Alagoas atualmente registra 538 pacientes. A fila freia sonhos de pacientes que aguardam por um novo coração, por exemplo. Incorpar isso é parte do desafio enfrentado por órgãos responsáveis pela saúde pública. Reconhecendo essa necessidade urgente, o Estado tem se articulado para ampliar a capacidade de realização de transplantes. Por meio do Programa Alagoas Transplanta, instituído no último ano, o Hospital do Coração Alagoano em Maceió foi habilitado para realizar transplantes de coração, fígado e rim, tendo já realizado 16 procedimentos nos últimos nove meses.

Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, enfatiza o impacto positivo que um único doador pode ter, potencialmente beneficiando várias pessoas na fila. Ela reforça que, no Brasil, o ato de doar órgãos só pode ser concretizado com a autorização da família, elencando que, para isto, é vital que os indivíduos expressam claramente sua intenção de doar em vida. Os preconceitos sociais e às vezes religiosos, são os principais fatores que levam à recusa familiar, devido à falta de conscientização sobre a irreversibilidade da morte encefálica.

Apesar de alguns temores sobre deformidades no corpo após a doação, Daniela Ramos esclarece que a cirurgia de retirada de órgãos é praticada de maneira a garantir a restauração estética do corpo, conforme assegurado por lei, preservando a dignidade do paciente falecido. Desta forma, as religiões não restringem a doação, mas a disseminação de informações corretas ainda se mostra crucial para derrubar as barreiras que impedem este gesto altruísta.

A fila de espera por transplantes em Alagoas é composta por 523 pacientes aguardando córneas, um coração, quatro fígados e dez rins, segundo levantamento recente. O ano de 2024 registrou 171 transplantes no total, evidenciando uma crescente resposta à demanda. No primeiro mês de 2025 já ocorreram sete procedimentos, um indicador que aponta para a importância contínua de comunicar e conscientizar sobre a doação de órgãos.

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