Graças a esse protocolo, os familiares de Adriano Paz da Hora compareceram à unidade e puderam fazer a liberação do corpo para o sepultamento digno. O cadáver de Adriano, com 37 anos, havia dado entrada no IML em 31 de julho, havia sido identificado, mas não havia sido reclamado, podendo ser sepultado como indigente.
O Departamento de Identificação Humana (DIH) do IML de Maceió foi responsável por convocar os familiares de Adriano. Esse setor foi criado pela Polícia Científica em 2021 e desenvolveu um procedimento padrão por meio de portarias para a liberação de cadáveres não identificados e não reclamados.
Segundo Diogo Nilo, chefe especial do IML, foram necessários quase dois anos para que o órgão compreendesse e amadurecesse administrativamente a construção de uma política de atendimento humanizado. Com a busca ativa realizada pelo DIH, foi possível dar um passo à frente na criação desse protocolo e fechar o ciclo de atendimento às famílias na liberação de corpos.
Diogo Nilo ressaltou que o histórico do IML era de passividade, pois o órgão conseguia realizar a identificação oficial de alguns corpos, mas não conseguia buscar as famílias. Com a criação do DIH, foi possível construir uma sistemática de proatividade.
Graças a essas ações e à nova forma de trabalho do IML, focado em ser mais humanizado, as famílias estão sendo localizadas. No caso de Adriano, seu corpo poderia ter sido sepultado como indigente, mas, graças ao trabalho sensacional de todos os envolvidos, a família foi encontrada e conseguiu fazer a liberação para o sepultamento.
O DIH é responsável pela identificação dos corpos recolhidos pelo IML diariamente. O departamento reúne os setores de necropapiloscopia, odontologia, antropologia e genética forense em um mesmo local, o que garante celeridade nos procedimentos de identificação e liberação dos cadáveres, evitando o acúmulo de corpos no IML e o sepultamento como indigentes.