O projeto é fundamentado em ações itinerantes que promovem uma extensa gama de atividades e serviços voltados para a saúde mental e bem-estar social dos quilombolas. Este apoio é oferecido através de visitas domiciliares, rodas de conversa com grupos de mulheres, oficinas de capoeira, atividades de geração de renda e atualização do Programa Bolsa Família. Além disso, os quilombolas têm acesso à emissão de documentos essenciais, como a Carteira de Identidade e o Cartão do Programa Criança Alagoana (Cria), bem como ao atendimento jurídico oferecido pela Defensoria Pública.
Maria Antônia da Conceição, uma das beneficiárias do projeto, compartilhou sua gratidão pelo atendimento recebido em sua casa, destacando a importância dessas ações para indivíduos que enfrentam dificuldades de mobilidade. “Fiquei muito satisfeita com a visita da equipe de saúde. Receber atendimento em casa foi um alívio”, afirmou Maria Antônia, que está em tratamento para sintomas de depressão.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, sublinhou a importância de compreender as distintas realidades locais para desenvolver políticas de saúde eficazes. “É essencial implementar estratégias que considerem as peculiaridades de cada comunidade”, destacou ele, reforçando o compromisso da Sesau com a saúde integral dos povos quilombolas.
A psicóloga Marília Xavier, assessora técnica em Atenção Psicossocial aos Povos Tradicionais e Originários da Sesau, aponta que o Mate Masie não apenas visa proporcionar assistência imediata, mas também busca fortalecer a identidade cultural quilombola. Este projeto visa o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a garantia de direitos e a promoção da equidade, respeitando sempre as singularidades de cada território quilombola.
Estima-se que Alagoas abrigue a sexta maior população quilombola do Brasil, com cerca de 80 quilombos distribuídos em 38 municípios. Desde seu início, o projeto já realizou 1.440 atendimentos em 12 comunidades, englobando atendimentos psicossociais, oficinas temáticas e rodas de conversa, mostrando-se uma iniciativa transformadora e essencial para a garantia de direitos dessa população.
O Mate Masie exemplifica um modelo de intervenção que almeja não apenas tratar o sofrimento mental, mas também empoderar as comunidades tradicionais, respeitando suas especificidades e reforçando seu papel na sociedade. Com as ações desenvolvidas, o projeto contribui significativamente para a promoção da saúde mental, social e cultural dos quilombolas, buscando construir um futuro mais justo e equânime para todos.