ALAGOAS – Polícia Científica Identifica Corpo Decomposto Usando Técnica Avançada de Microadesão no Canal do Sertão em Delmiro Gouveia



No dia 10 de setembro de 2024, uma matéria publicada detalhou um caso intrigante e sofisticado de investigação criminal realizado pela Polícia Científica em Alagoas. A equipe utilizou a avançada técnica de microadesão para identificar um corpo em avançado estado de decomposição, encontrado no Canal do Sertão.

O caso teve início quando o Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca foi acionado para recolher um cadáver localizado às margens do canal, na entrada do Distrito Sinimbu, em Delmiro Gouveia, em 5 de setembro. O corpo encontrado, em estado de avançada decomposição e decapitado, apresentava luvas epidérmicas (camadas de pele) destacadas das mãos, o que tornava o processo de identificação mais complexo.

O papiloscopista Antônio Murilo liderou os esforços de identificação, utilizando a técnica da microadesão. Após um trabalho cuidadoso de recuperação da derme, através de processos como fervura, foi possível coletar as impressões digitais do cadáver. No entanto, o confronto inicial com o banco de dados do sistema ABIS de Alagoas não resultou em uma correspondência.

Diante desse impasse, outra estratégia foi adotada. Na segunda-feira, 9 de setembro, familiares de uma pessoa desaparecida compareceram ao IML de Arapiraca procurando por notícias. Eles suspeitavam que o corpo encontrado poderia ser de um parente que vivia em Paulo Afonso, na Bahia, e que estava desaparecido. Com as informações da família, a equipe do IML Alagoas solicitou ao Instituto de Identificação da Bahia uma busca por prontuário civil, atendendo à descrição fornecida.

A resposta foi positiva, e o exame comparativo das impressões digitais confirmou a identidade do corpo como sendo de Carlos de Lima Torres, de 36 anos, que vivia em situação de rua. Essa identificação permitiu que a família, que até então convivia com a incerteza sobre o paradeiro de Carlos, pudesse finalmente enterrá-lo e concluir essa dolorosa fase de busca.

O resultado do exame foi comunicado para a família, que agora aguarda os procedimentos finais de retirada e sepultamento, a serem organizados com a funerária local. Para Antônio Murilo, o processo de identificação necropapiloscópica foi crucial, pois não só ajudou a dar um fechamento para a família enlutada, mas também abriu caminhos importantes para a continuidade das investigações criminais.

Este caso emblemático destaca a importância das técnicas avançadas de identificação aplicadas pela Polícia Científica de Alagoas e reforça o papel essencial da necropapiloscopia na resolução de casos complexos. A precisão e a agilidade do trabalho realizado não só contribuíram para a identificação de uma pessoa desaparecida, mas também restabeleceram a dignidade e a verdade para uma família que buscava por respostas.

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